Sociedade Medíocre!

"-Vamos ao enterro de fulana hoje?"

"-Quem?"

"- Aquela que foi mantida refém e morreu, tá na televisão o dia todo!"

"- Ah! Vamos sim, vou para mostrar meus consentimentos para família"

Fato de que há tempos essa espécie de "entretenimento" para família brasileira tem se tornado cada vez mais comum, a mídia metralha dedos infinitos na mesma tecla incessantemente e mais da metade da população é "tocada" pelo drama imposto. Penso se essas pessoas, que gozam de tanto talento para sentirem a mesma dor (como se fossem sensitivos de verdade!), são as mesmas que se prontificam a ajudar um necessitado abandonado na esquina de sua casa, uma criança que passa fome ou um idoso enfermo. Sem contar com as inúmeras atrocidades que acontecem a cada minuto no mundo e a maioria opta por virar para o lado e não notar o problema. Quando Isabela Nardoni fora arremessada de seu apartamento o Brasil parou, mas não parou para a garotinha de 4 anos de idade cujo os pais a torturaram com água quente, choque e a espancaram com um arame, são os mesmos que nem se recordam do garotinho João Hélio arrastado por mais de sete quilômetros. Que hajam mais "Antônios Conselheiros", "Gandhis" e "Luther Kings" e não mazela de uma sociedade lesada, tendenciosa a desgraça alheia. Essas são peritos em difamar o vizinho, o fulano, o ciclano, mas fecham os olhos para o que não desejam ver, a não ser que a mídia dé um empurrãozinho e convide-os para ser parte da sua novela!